tenho um trem de pouso infiltrado no meu peito aéreo
já consultei médicos e versados sobre o assunto
mas nenhum plantão nem faixa preta nada para mim foi páreo
meu pulso pegou um vôo atrasado e partiu
sem espaço para o que chamam de "regresso"
nem pneumotórax nem tango argentino, manuelito
serão possíveis pra mim neste débil e impreciso momento
nenhuma manobra dará cabo
nada que possa permitir um pouso tranqüilo
nada que destrave de vez esse meu reverso
nenhum plano nem pano
mesmo que úmido
que possa secar a tempo
essa lâmina
[ navalha fatal
roubando a minha pista
roubando a minha vida
minha caixa preta
[ programada para não ser encontrada
com todas as minhas personas
com todas as minhas memórias
trago em bagagem reclusa
pressurizada
dentro de mim
e assim fui tomado de assalto
sob esse mau tempo
e dou início à secreta e forçosa viagem
de duvidosa decolagem
e aterrissagem
misteriosamente
[ in
d
efi
n
ida
bixo...!
ResponderExcluirque foda!
... o mais estranho é que tragédias inspiram mesmo, né? não adianta tentar escapar... nem aristófanes escapou! heheh
gostei que vc tirou aquela observação que as estrofes estavam em construção....na real já estava pronto!
ResponderExcluirbeijo
Nem pneumotórax nem tango argentino, né, primo? o que a gente faz?
ResponderExcluirSaudade! :***
Nada é definitivo, tudo é definido. Um dia, definha. Sua bagagem é o que se leva desta vida!
ResponderExcluirNada demais, nada por menos.
Saborosa viagem!